MATRIZES CURRICULARES 2025
Aulas no modo automático, fórmulas preestabelecidas, ensinamentos sem conexão com a prática, impessoalidade e falta de atualização do docente. Esses, entre outros, são sinais de que é preciso considerar a capacitação do professor para que a escola consiga desenvolver um novo modelo de ensino e alcançar seu objetivo de educar na sociedade atual.
A escola, como uma instituição que se desenvolve continuamente, não deve prescindir que seu corpo docente a acompanhe nesse processo, pois se assim o faz, abre mão de uma ferramenta poderosa na transformação da sala de aula — o aperfeiçoamento dos saberes indispensáveis à praxe educacional.
Se você também compreende a importância da formação continuada de professores, acompanhe o post, a seguir, e saiba mais sobre o assunto!
Atualmente existe uma grande diferença de gerações nas escolas. As Instituições de Ensino (IE) estão sendo ocupadas pelas gerações Y e Z. Isso significa ter alunos que já nasceram em uma era tecnológica, que sabem lidar com aparelhos digitais desde a mais tenra idade. Para eles, não há dificuldade na busca por informações e podem fazer isso facilmente dentro da própria sala de aula.
Esses jovens sabem muito e, por vezes, têm mais conhecimento que o professor. Podem confirmar ou refutar o que é dito a eles com apenas um clique. Portanto, deve haver o reconhecimento de que educar não é um ato que tem como limite o repasse de informações ou o direcionamento de apenas um caminho.
Lecionar é um processo que auxilia o aluno no conhecimento de si próprio, de seus pares, da comunidade em que está inserido e da sociedade como um todo. Só assim o estudante desenvolverá um pensamento crítico, por meio do qual poderá encontrar as soluções mais adequadas às circunstâncias adversas que se colocarão diante dele.
Porém, em seu cotidiano profissional, o professor também encontrará situações que não fizeram parte de seu currículo de formação convencional. Entre elas estão as dificuldades de aprendizagem, o avanço tecnológico, a diversidade cultural, o bullying, as questões políticas, ambientais etc.
Por isso, fazer parte de programas de capacitação se tornou uma obrigatoriedade para professores que pretendem lidar, com expertise, com essas gerações interativas e inquietas.
Para garantir a promoção de uma aprendizagem significativa e uma atividade docente eficaz, o professor deve considerar que a formação continuada é um processo de aprimoramento constante do saber necessário à prática educacional.
Tal processo precisa ser realizado ao longo da jornada profissional e não pode ser limitado aos conhecimentos adquiridos na sua formação acadêmica inicial, nem às experiências de seus primeiros anos de exercício.
Seus métodos pedagógicos, suas evidências, seus objetivos, bem como sua identidade devem ser reexaminados e realinhados às necessidades dos alunos, dos pais, da escola e do corpo social.
Em uma formação, é necessário primeiramente desconstruir antigos paradigmas para só então construir uma nova visão de aula. Portanto, uma atividade de capacitação docente precisa estar vinculada à prática para que seja produtiva.
Caso a formação seja deficiente e não auxilie no desenvolvimento profissional do educador, fatalmente gerará nele o desinteresse.
Existe um vínculo entre teoria e prática. A teoria traz uma melhor compreensão da prática e dá sentido a ela. A prática, por sua vez, promove o entendimento da teoria e fomenta a necessidade de se fundamentar nela.
E a capacitação tem que ser capaz de conscientizar o professor desse fato. O problema de muitos cursos de formação é que, ao se aterem excessivamente a aspectos normativos e não apresentarem projetos coletivos e institucionais, acabam se tornando ineficazes.
Um bom programa de capacitação do professor deve levar em consideração as imposições do seu dia a dia, bem como prestigiar a sua experiência e o seu saber. Três esferas devem ser contempladas: a científica, a pedagógica e a pessoal.
CIENTÍFICA
A científica deve abordar a atualização dos conteúdos a serem ministrados e a maneira como o indivíduo aprende. Novos estudos são realizados em todas as áreas do conhecimento, cabe à formação continuada trazer as descobertas de cada campo para os professores.
A Neurociência e a Psicologia Cognitiva, por exemplo, trabalham constantemente para entender e aprimorar o aprendizado. Conhecer a maneira como o cérebro e a mente funcionam nesse processo é fundamental para entender o desenvolvimento do ser humano. Dessa forma, tanto alunos quanto professores são beneficiados e extraem o melhor da experiência na sala de aula.
PEDAGÓGICA
A esfera pedagógica trata das estratégias, dos métodos e dos recursos de ensino. Atualmente, tem-se uma infinidade de metodologias que é proporcionada pelo avanço da tecnologia.
O professor que se mantém bem informado consegue utilizar técnicas pedagógicas contextualizadas e aplicar metodologias múltiplas, levando seus alunos a refletirem sobre a matéria apresentada.
Nessa dimensão, ainda existe um fator de grande relevância para a capacitação continuada de professores: a troca de experiências. Nela, cada participante pode apresentar suas vivências e trazer histórias reais do seu cotidiano.
PESSOAL
Cada pessoa tem suas crenças, seus valores e suas formas de agir. Contudo, no caso do professor, esses fatores acabam influenciando na prática da profissão. Acreditar na capacidade de um estudante aprender ou não determinado conteúdo, por exemplo, permeia a atitude de um docente e viabiliza um resultado positivo ou negativo.
Os cursos de capacitação possibilitam a reflexão sobre a subjetividade da realidade de cada profissional. Isso leva o docente a analisar suas atitudes e a dar novos significados a sua prática. A formação continuada permite ao professor entender melhor a sua tarefa, o que o faz progredir ainda que não esteja passando por dificuldades e nem por momentos de crise.
Essa ferramenta disponibiliza métodos baseados em vários saberes, conquistados por meio da interação com outros profissionais. Tais técnicas proporcionam um reexame de objetivos, evidências e procedimentos. A partir desse momento, surgem questionamentos que podem culminar em uma maior compreensão das falhas e gerar no docente o desejo de reajustar suas expectativas e sua postura.
Fonte: Conexão do Professor - https://blog.conexiaeducacao.com.br/